quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Serra e os professores

A mais nova estratégia de José Serra para limpar a imagem da educação no Estado de São Paulo foi uma mudança na carreira do magistério. Publicitariamente a mudança é excelente “o bom professor pode ganhar R$ 7.000 ao final da carreira”. Mas quando vamos além das manchetes percebemos a tática do nosso governador espertalhão.

A promoção do professor dependerá de uma permanência mínima na mesma escola, algo praticamente impossível na atual situação, da assiduidade do professor, que é cada vez mais rara com os problemas de saúde gerados pelo trabalho, e por fim da prova que poderá ser realizada a cada três anos. Não obstante, todas essas barreiras, ainda há o limite de 20% dos professores. Ou seja, somente 20% dos que prestarem vão ter seu aumento.

Há muito venho pedindo aqui neste blog a valorização do professor. Considero o curso preparatório para professores iniciantes uma medida acertada, mas que a longo prazo se perde na dura rotina dos professores. Não adianta o sindicato dizer que “o conhecimento não é garantia de uma boa aula”, pois o contrário é mais impossível ainda. Um professor com formação deficitária e sem domínio dos conteúdos terá sim o seu trabalho comprometido.

Defendo uma política de valorização da formação continuada. Somente cumprindo a Lei do Piso que garante 1/3 do horário do professor para atividades extra-classe (incluindo capacitação) o Estado de São Paulo começará a melhorar sua educação. Com tantos professores saindo de faculdades com qualidade duvidosa, o que esperar de sua atuação dentro de sala de aula. O Estado precisa estar ao lado do professor, oferecendo um salário digno e atualizações cotidianas. E não utilizar nossa categoria para propaganda política.