quinta-feira, 30 de abril de 2009

Educação de mentira!

O dia 28 de abril foi o dia da Educação. Coincidentemente, o primeiro dia do mês de abril é o dia da mentira. E o que essas duas datas tem em comum? Uma abre, a outra fecha o mês. E o simbolismo da primeira se aplica a segunda, ou seja, a nossa educação é de mentira.

Os governantes mentem, os alunos mentem, os pais mentem e nós professores também mentimos. Toda essa rede de mentiras resulta em uma educação de péssima qualidade, e que não abre uma perspectiva de mudança social para os nossos jovens.

Como resolver essa situação? Somente um verdadeiro pacto entre governantes, pais, alunos e professores pode resolver a situação de nossa educação. Acreditar que a educação é a saída possível para o nosso desenvolvimento é de importância vital nesse processo.

O Brasil já tem indústrias, estradas, o reconhecimento no G-20. O que nos falta? EDUCAÇÃO, eis a resposta.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Série sobre Educação à Distância no Jornal Nacional

Esta semana o Jornal Nacional está apresentando uma série sobre Educação à Distância. Vale a pena conferir. No primeiro dia, a matéria rasgou elogios para o modelo, destacando o excelente papel da tecnologia. Mostrou como em comunidades isoladas a EAD faz a diferença, tanto para alunos como para professores.
A matéria ainda mostrou um resgate histórico, recuperando a educação por correspondência e a experiência pioneira da Universidade de Londres, que oferece cursos desde o século XIX. Vale lembrar que a Globo será totalmente a favor da EAD, tendo em vista que o seu fundador, Roberto Marinho, criou uma fundação e um programa com esse intuito, o Telecurso.
Comentarei mais nos próximos capítulos...

domingo, 26 de abril de 2009

Uma escola melhor pode consertar até o Congresso...

Acabei de ler um artigo publicado por Fernando Abrucio na revista ÉPOCA, discute um pouco do que falamos hoje por aqui vale a pena.

http://www.educacionista.org.br/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=2844&Itemid=43

Para que serve a escola...


Para aqueles que acreditam na educação, a escola é fundamental para o desenvolvimento humano. Partilho dessa concepção, de que não há humanidade sem escola. Porém, vejamos a realidade que se coloca diante de nossos olhos dentro da escola pública.

Gostaria de fazer aqui um breve exercício sobre o que é a escola para pais, alunos e professores. Quero ressaltar que esse exercício demanda generalizações, é lógico que existem as exceções, mas elas só confirmam a regra. Sei que as pessoas que leem esse blog não se encaixam no perfil que irei descrever, o simples fato de procurarem discutir a educação é um exemplo disto. Vamos lá!

Os pais sabem da importância da educação para o seu filho, tendo em vista que a maioria deles não teve uma educação de qualidade e hoje sofrem as consequências. Todavia, não há o hábito de acompanhamento dos estudos, e quando ele existe, não passa de que uma cobrança autoritária. Os pais também enxergam a escola como um espaço que cuidará integralmente de seu filho, temporalmente, psicologicamente e intelectualmente.



Os alunos veem a escola como um empecilho. Tudo o que gostariam de fazer não é possível devido ao compromisso escolar, ou seja, o aluno não sente prazer na escola, a não ser na sociabilidade com os colegas. Para os alunos a escola ideal não teria professores e todas as atividades relacionadas a este ser iluminado.

Para os professores a escola ideal não teria alunos. O professor vê a sala de aula como o espaço de provação, muitos até se perguntam o que estão fazendo ali. A partir dessa situação, frustrante para o professor, os seres humanos criam diversas teorias (a criatividade humana é sensacional!), dizem até que ser professor é um dom divino! Enquanto acreditarmos nisso, a educação nunca terá profissionais preparados para lidar com os desafios da escola, terá simplesmente pessoas iluminadas que seguem seu carma no magistério.

Dessa situação de impossibilidade de mudança, cria-se na escola um sistema de confronto, professor-aluno-pai. Quando ocorre esse confronto o papel que a escola poderia desempenhar na vida do aluno se reduz. A escola tem de ser a mesma para professores, pais e alunos. Enquanto houver essa cisão dificilmente avançaremos.
Como muitos já apontaram, a educação é um processo de interação, logo, não existe educação em um sistema que faz as três partes fundamentais desse processo se confrontarem.

O final de um texto sobre educação é sempre difícil, pois as críticas são feitas e as soluções factíveis raramente são postas. Devemos nos empenhar na conscientização, de alunos, pais e professores (nossos colegas), de que a educação é possível. Somente superando esse tsunami (pensei em utilizar o termo onda, depois maré) de descrença é que mudaremos nossa situação. Uma classe combativa e preparada para os desafios da escola e da sociedade, assim deve ser o professorado.

Continue você caro amigo, inquieto, rebelde e crente na mudança... quem sabe aquele que está ao seu lado não se contagia.


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Mudanças no Vestibular da Fuvest

O vestibular mais concorrido do Brasil concretizou suas expectativas de modificações. A FUVEST anunciou na semana passada as modificações para o seu vestibular. A notícia já causa furor entre os vestibulandos e seus respectivos professores.

A principal mudança será a ênfase em uma formação geral mais sólida. Ou seja, agora o candidato terá que fazer provas dissertativas de todos os conteúdos na segunda fase. É importante ressaltar que os pontos obtidos na primeira fase não serão contabilizados na nota final.

Sem a contagem da primeira fase na nota final, a disputa fica mais justa, pois todos os candidatos poderão demonstrar seu conhecimento de forma mais efetiva nas provas dissertativas. As mudanças também são positivas para percebermos como há uma inquietação com o atual modelo do vestibular.

Algo que seria interessante e, que já começa a ser discutido, é a unificação dos vestibulares estaduais (USP, Unesp e Unicamp). Parece que a unificação é o futuro, vide as medidas do MEC para unificar os vestibulares das federais. O que se espera é que se unifiquem também os esforços para que os alunos de escola pública tenham acesso à universidade pública.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Seminário da Fundação Maurício Grabois começa dia 23 e vai debater os eixos da Conae 2010.

A Fundação Maurício Grabois, por considerar estratégico o papel da educação no projeto de desenvolvimento nacional, democrático, soberano e independente, promoverá nos dias 23 a 25 de abril o seminário “Os desafios da construção do Sistema Nacional de Educação”. O evento tem por objetivo debater os eixos da Conferência Nacional de Educação (Conae), convocada pelo governo federal, com destaque para questões relativas à concepção e à construção do SNE.

Clique aqui para acessar a programação.

Por que Tiradentes?



Tiradentes? Por que? Muitas pessoas devem fazer essa pregunta quando o 21 de abril se aproxima, ou pior, nem se dão conta do que se trata o feriado (a exceção fica por conta de nossos alunos que mesmo sem saber que é o “Tio Tiradentes” tem de desenhá-lo todo ano). Hoje não seria um bom dia para descobrirmos quem foi Tiradentes, afinal hoje é um feriado, na espanhol festivo, ou seja, um dia que devemos festejar e não estudar história. Mas cabe aqui uma pequena reflexão: por que esse senhor que hoje dá seu nome a ruas, praças e estampa seu rosto (que não era tão seu) nas moedas de 5 centavos ganhou um feriado?
A figura de Tiradentes é retomada com a proclamação da República, após um longo período de esquecimento durante o período imperial. O que quero transmitir é que essas noções são construídas, não carregam em si uma natureza própria, ou seja, Por que Tiradentes? Porque assim quis a República. O feriado poderia ser o dia 19 (dia do índio) ou 22 (dia do descobrimento), porém nenhuma dessas datas tem uma relação com a memória coletiva. E o Tiradentes tem? Creio que não. Qual a contribuição de Tiradentes para o desenvolvimento de nossa democracia?
Talvez seja a hora de pensarmos em novos homenageados, os nomes que a democracia manda guardar! Nomes como Vladimir Herzog, Chico Mendes ou as vítimas da ditadura. Com certeza qualquer um desses festivos renderiam nas salas de aula (e fora delas) mais do que retratos de um mártir que não nos faz mais chorar.
É possível aprender sobre história até nos festivos!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Carlos Guilherme Mota no Roda Viva

O Programa Roda Viva entrevistou o historiador Carlos Guilherme Mota. Diversos assuntos foram discutidos ao longo do programa, como não poderia deixar de faltar, o historiador teceu algumas palavras sobre nossa educação.
Mota assinalou que o grande problema de nossa escola está na má formação do professorado atrelada a uma má remuneração e falta de estrutura nas escolas. Para o historiador, nossas escolas públicas estão empobrecidas e deveria haver um investimento maciço na educação. O historiador criticou a gestão Paulo Renato no MEC, que foi tímida nas reformas.
O historiador ainda fez alguns comentários sobre materiais didáticos, afirmando que existem bons materiais de história. E concluiu dizendo que o professor de história deve ser heterodoxo, aberto e progressista.

Sabias palavras de nosso historiador cabe a nós ouvi-las ou não!
O programa vai ao ar na íntegra hoje 22h10 na TV Cultura.

Com Paulo Renato Educação em SP continuará sem rumo, ao contrário da estratégia partidária de Serra.

Quando a gente menos espera a vida nos proporciona surpresas, o que dizer da nomeação de Paulo Renato para a Secretaria da Educação de SP. O ministro de FHC que durante sua gestão abandonou as universidades federais, não se preocupou com os analfabetos e com a qualidade do ensino. Criando simplesmente mecanismos avaliativos voltados para responder as demandas externas. Vale a pena ler o texto de Paulo Henrique Amorim em seu portal.
O ex-ministro assumirá uma pasta que tem um legado de 15 anos de governo PSDB e o vertiginoso sucateamento da educação em todo estado. Quais serão as idéias de Paulo –Renato para tirar a educação de SP da lama? Acabrá com a progressão continuada? Respeitará a Lei federal que garante que um terço da carga horária dos professores seja fora da sala de aula? Abrirá concursos públicos para colocar efetivamente na rede os cerca de 100 mil professores que faltam?
Infelizmente não acredito nisso, o próprio Paulo Renato já declarou, continuaremos o trabalho, ou seja, O mais do mesmo. O que veremos nessa nova gestão será um progressivo ataque ao governo federal como já o fez criticando o Enem como possível substituto do vestibular. Mas é claro a educação em SP está uma maravilha melhorou 70% dá até para crítica os outros.
Ficarei de olho no trabalho de Paulo Renato! Espero que ele trabalhe.

domingo, 19 de abril de 2009

Por que estamos aqui?

Os trabalhos nesse blog se iniciaram no mês de fevereiro, após a queda de braço entre Apeoesp e Secretária Estadual da Educação de SP. A vitória dos primeiros retirou a possibilidade de professores recém formados, que foram muito bem na prova, lecionarem na Rede. Por motivos já explicitados aqui todos esses acontecimentos me entristeceram.
Passados dois meses do ocorrido resolvi reativar o Blog, ele que nasceu da indignação com uma situação específica, passa a ser a partir de hoje um espaço de debate sobre escola, alunos, professores e todas as dificuldades que enfrentamos no cotidiano de sala de aula. Outras questões que me apetecem como política, mídia (meu tema de estudos na Universidade), história, também aparecerão nesse lócus.
Cresce a cada dia a impotância dos espaços virtuais. E devemos aproveitá-los para difundir boas ideias, discutirmos a situação de nosso país e pensarmos em soluções para os problemas de nossa educação. Vamos lá!