terça-feira, 12 de maio de 2009

Mudanças à vista... ou a prazo?

O Ministério da Educação vai discutir junto ao Conselho Nacional de Educação (CNE) o projeto de modificação do Ensino Médio. Entre as principais mudanças estariam: a divisão da grade em quatro grandes eixos, o que acabaria com a divisão rígida entre matérias; um aumento da carga mínima de 2,4 mil para 3 mil horas; flexibilidade para que o aluno escolha até 20% de sua grande curricular.

É interessante notarmos o quão benéficas são essas alterações. Todas elas lembram muito as medidas realizadas na Finlândia, país referência na educação. A preocupação com a interdisciplinaridade não é de hoje, e chegaria em bom tempo. O aluno deve compreender que o conhecimento humano não é compartimentado de forma estanque. O aumento da carga horária poderia resultar no arrefecimento das dificuldades dos alunos do ensino público, que teriam acesso a um rol maior de conteúdos. Por fim, a escolha da grade curricular é o maior dos avanços. Dar liberdade para o aluno escolher suas disciplinas é fazê-lo refletir sobre suas necessidades e afinidades cognitivas e consequentemente despertar seu interesse pela escola.

A única medida adotada na Finlândia e descartada pelos especialistas do MEC é a de valorização do professor. Na Finlândia um professor para lecionar deve ter título de Mestre, além de o salário ser equiparado ao de qualquer outro profissional que tenha tal formação.
A proposta com as modificações deve ser votada pelo CNE até julho. Os estados têm autonomia para adotar. O MEC pretende aplicar as mudanças já no ano que vem nas 100 piores escolas do país de acordo com os resultados do ENEM.


Espero que antes dessas modificações os Estados tenham bom senso para respeitar a jornada dos professores, 1/3 em atividades fora da sala de aula, medida que contribuiria para uma melhora na qualidade das aulas.