domingo, 26 de abril de 2009

Uma escola melhor pode consertar até o Congresso...

Acabei de ler um artigo publicado por Fernando Abrucio na revista ÉPOCA, discute um pouco do que falamos hoje por aqui vale a pena.

http://www.educacionista.org.br/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=2844&Itemid=43

Para que serve a escola...


Para aqueles que acreditam na educação, a escola é fundamental para o desenvolvimento humano. Partilho dessa concepção, de que não há humanidade sem escola. Porém, vejamos a realidade que se coloca diante de nossos olhos dentro da escola pública.

Gostaria de fazer aqui um breve exercício sobre o que é a escola para pais, alunos e professores. Quero ressaltar que esse exercício demanda generalizações, é lógico que existem as exceções, mas elas só confirmam a regra. Sei que as pessoas que leem esse blog não se encaixam no perfil que irei descrever, o simples fato de procurarem discutir a educação é um exemplo disto. Vamos lá!

Os pais sabem da importância da educação para o seu filho, tendo em vista que a maioria deles não teve uma educação de qualidade e hoje sofrem as consequências. Todavia, não há o hábito de acompanhamento dos estudos, e quando ele existe, não passa de que uma cobrança autoritária. Os pais também enxergam a escola como um espaço que cuidará integralmente de seu filho, temporalmente, psicologicamente e intelectualmente.



Os alunos veem a escola como um empecilho. Tudo o que gostariam de fazer não é possível devido ao compromisso escolar, ou seja, o aluno não sente prazer na escola, a não ser na sociabilidade com os colegas. Para os alunos a escola ideal não teria professores e todas as atividades relacionadas a este ser iluminado.

Para os professores a escola ideal não teria alunos. O professor vê a sala de aula como o espaço de provação, muitos até se perguntam o que estão fazendo ali. A partir dessa situação, frustrante para o professor, os seres humanos criam diversas teorias (a criatividade humana é sensacional!), dizem até que ser professor é um dom divino! Enquanto acreditarmos nisso, a educação nunca terá profissionais preparados para lidar com os desafios da escola, terá simplesmente pessoas iluminadas que seguem seu carma no magistério.

Dessa situação de impossibilidade de mudança, cria-se na escola um sistema de confronto, professor-aluno-pai. Quando ocorre esse confronto o papel que a escola poderia desempenhar na vida do aluno se reduz. A escola tem de ser a mesma para professores, pais e alunos. Enquanto houver essa cisão dificilmente avançaremos.
Como muitos já apontaram, a educação é um processo de interação, logo, não existe educação em um sistema que faz as três partes fundamentais desse processo se confrontarem.

O final de um texto sobre educação é sempre difícil, pois as críticas são feitas e as soluções factíveis raramente são postas. Devemos nos empenhar na conscientização, de alunos, pais e professores (nossos colegas), de que a educação é possível. Somente superando esse tsunami (pensei em utilizar o termo onda, depois maré) de descrença é que mudaremos nossa situação. Uma classe combativa e preparada para os desafios da escola e da sociedade, assim deve ser o professorado.

Continue você caro amigo, inquieto, rebelde e crente na mudança... quem sabe aquele que está ao seu lado não se contagia.