sábado, 17 de outubro de 2009

Vitória da diplomacia brasileira

A escolha do Rio de Janeiro como cidade sede da Olimpíada de 2016 é a consolidação do Brasil no cenário internacional. Uma trajetória iniciada em 2003, com o início da política diplomática do governo Lula e sustentada por quadros progressistas do Itamaraty, como o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, antes relegado ao esquecimento, e o Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.
Muitos já começaram a dizer que a estabilização econômica iniciada no governo Itamar Franco colaborou para a escolha do Brasil, sem dúvida não podemos esquecer disso, mas é muito mais do que a estabilização (se assim fosse já teríamos ganho a sede com Brasília-2000, ou Rio-2004). Mas não! A independência do Brasil no cenário internacional, nem de longe lembra o alinhamento de Fernando Henrique Cardoso a Bill Clinton e aos EUA. Não podemos esquecer que a grande negociação diplomática do governo FHC foi a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) que transformaria o mercado brasileiro em um apêndice do americano. Se essas negociações não fossem barradas pelo Itamaraty no pós-2003, hoje estaríamos na lama juntos com os EUA.
Porém, Lula e o Itamaraty apostaram na independência, apostaram na aliança com países antes ignorados (países que nunca nem tinham sido visitados por presidentes brasileiros, apostaram na expansão das embaixadas pelo mundo e nos quadros do Itamaraty, que passaram de mil diplomatas para 1400. Aposta correta, pois um país que almeja destaque internacional deve ter um largo e capacitado corpo diplomático e deve estar nos quatro cantos do mundo. O Itamarary e o presidente articularam muito bem em prol da formação do G-20. E com as medidas anti-cíclicas do governo federal o Brasil pode dizer ao mundo que saiu da maior crise mundial dos últimos 70 anos sem maiores traumas.
O maior legado dessa primeira Era Lula (além do PAC, do Pré-Sal, da Copa, das Olimpíadas, da diminuição da pobreza, da valorização das universidades públicas) foi a demonstração de amor, carinho, seriedade e compromisso com o Brasil ao longo desses 7 anos e que transpareceram na cerimônia de escolha da sede olímpica. Isso qualquer presidente que venha pós 2010 não poderá abrir mão. Pois o Brasil se acostumou a ter um presidente que ama esse nosso povo.